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TIPOS DE MERCADO



De forma a aceder aos diferentes graus de concorrência nos diferentes tipos de mercados é
necessário ter algum indicador de comparação. Para tanto, iniciamos a analisar as
condições necessárias para um estado de uma concorrência perfeita que é o caso extremo
em que a concorrência atinge o seu estado mais alto.
1.1.-Concorrência Perfeita
O modelo de concorrência perfeita é teórico mas fornece um instrumento de análise teórica
bastante poderoso e ajuda a fazer um juízo sobre o mundo real.
O mundo real é mais complicado e é necessário analisar uma situação em cada época. Logo
o grau de concorrência no mundo real dependerá da sua proximidade aos modelos.
É importante referir aqui que a concorrência aqui referida é uma concorrência de preços.
No mercado de concorrência perfeita um único preço e estará para além da influência de
cada operador do mercado.
Esta condição só pode ser satisfeita com um mercado que apresenta as seguintes
características:
1. Todas as mercadorias são homogéneas o que quer dizer que uma mercadoria é
exactamente parecida a outra. E se esta condição se verificar, os compradores não terão
preferência por um bem em particular.
2. Existem muitos compradores e muitos vendedores de tal forma que o comportamento de
um comprador ou vendedor não influencia o preço do mercado. Cada comprador individual
compreende uma parte ínfima da quota do mercado e que uma mudança nos seus planos
não influencia o mercado. Logo podemos afirmar que os compradores neste mercado são
tomadores de preço.
3. Compradores têm um perfeito conhecimento das condições do mercado. Conhecem que
preço está em qualquer parte do mercado. De igual modo que os vendedores têm
informação perfeita sobre as actividades dos compradores.
4. Não há barreiras ao movimento de compradores de um segmento de mercado para o
outro. Já que todas as mercadorias são homogéneas compradores abordarão vendedores a
procura de um preço baixo.
5. Finalmente que não há restrições na entrada de empresas no mercado assim como a sua
saída deste.
Tem-se assumido que é no mercado de concorrência perfeita onde existe eficiência na
produção comparativamente aos demais mercados. Escusamos aqui de entrar em detalhes
para mostrar as razões via linguagem matemática, como mostrar que em concorrência
perfeita o Preço = custo marginal = receita marginal. Mas pela lógica, esta liberdade de
movimento e circulação de intervenientes do mercado por um lado e guiados pela mão
invisível, por outro, permite maior produção.
Logo esta é a forma de mercado onde há eficiência na produção e na afectação de recursos
comparativamente aos demais mercados.
1.2. O Monopólio
O monopólio no mercado indica a existência de um e único vendedor ou supridor de bens e
serviços.
Tal existência de um e único pode tomar a forma de organizações comerciais unificadas ou
uma associação de firmas de controle separado que combinam agir juntos no mercado,
portanto, agem em conluio.
Isso indica que o poder do monopólio tem a ver com a oferta, portanto, não precisa,
necessariamente, de existir um único produtor. O ponto essencial é que os compradores
enfrentam um vendedor singular.
O monopolista tem poder de determinar alternativamente:
· O preço pelo qual venderá o seu produto, ou
· A quantidade que ele precisa de vender.
Ele não pode determinar ambos (preço e quantidade) porque não controla o mercado.
Entretanto o poder do monopolista depende de dois factores essenciais:
· A disponibilidade/existência de um substituto;
· O poder de restringir a entrada de novas firmas no segmento de mercado por ele
controlado
Portanto, estamos a notar que quanto mais efectiva for a restrição contra a emergência de
novas firmas maior será o poder do monopolista de determinar o preço muito acima do seu
custo médio e assim conseguir lucros avultados.
Podemos resumir a diferença entre uma firma operando em concorrência perfeita e outra
em monopólio com as seguintes características:
a) O monopolista não é tomador do preço do mercado. Ele pode variar o seu preço
mudando as quantidades oferecidas. Enquanto uma firma em concorrência perfeita é
tomadora do preço do mercado.
b) A curva de procura para o monopolista é menos que perfeitamente elástica enquanto
para a empresa em concorrência perfeita enfrenta uma curva de procura perfeitamente
elástica;
c) O monopolista tem o poder de restringir a entrada de novas empresas enquanto é
concorrência perfeita existe liberdade de entrada e saída.
Restrições de entrada.
Estas restrições podem ser derivadas de diferentes formas que passamos sucintamente a
analisar:
Concentração de matérias-primas
A distribuição geográfica de recursos é desigual e é sabido que alguns recursos estratégicos
estão concentrados em certas e poucas regiões do mundo e isso permite a emergência do
monopólio e as outras regiões, naturalmente que não têm, passam a ser simples
compradoras. Alguns denominam como monopólio natural.
Barreiras técnicas
Hoje no mundo moderno, existem industrias dominadas por poucas e grandes firmas. Onde
estas empresas estão a operar numa escala maior usam recursos de capital, bastante,
onerosos e gozam de uma grande economia de escala e, por isso, as barreiras de entrada de
novas firmas são maiores. Entrar neste ramo tem muitos riscos desde o de investimento a
operacionais porque implicará concorrer com os já existentes em termos de custos,
tecnologia e conquista de espaço de mercado.
Barreiras legais
Esta é talvez a maior barreira de entrada a novas firmas onde a lei impera para evitar a
emergência de novas empresas no segmento de mercado. As garantias dos direitos de
patentes é um exemplo evidente de limitações legais para a emergência do monopólio.
1.3.Concorrência monopolística ou imperfeita
A concorrência perfeita é difícil de encontrar no mundo real e um monopólio puro ou
absoluto é virtualmente impossível dando que implica operar em ausência de concorrência.
Enquanto não é difícil para a empresa operar como um simples e singular vendedor com
recurso de patentes e marcas mas já é difícil atingir a situação que não há substituto para o
seu produto.
Portanto uma definição aproximada de monopólio seria um vendedor singular de um bem
que não tem substituto perfeito.
O mundo moderno é caracterizado por um limitado número de casos de monopólios.
Existem fornecedores de produtos de marcas mas outros aparecem a competir com
produtos similares com nomes de marca diferente. Esta é a situação conhecida como
monopolística ou concorrência imperfeita.
A diferenciação de produto é enfatizada, alguns mesmo dizem, criada por uma publicidade
competitiva que é talvez a característica mais importante desta forma de mercado.
A publicidade é usada para incutir na mente do consumidor a diferença entre o produto de
marca X com da marca Y.
É importante notar que a diferenciação que estamos a falar é no sentido económico e não
técnico. Porque dois produtos de marca podem ser idênticos na sua composição química,
mas se publicidade cria imagens de dois produtos completamente diferentes então esses
dois produtos são diferenciados porque o consumidor estará disposto a pagar preço
diferente pelos dois.
1.4. Oligopólio
Em muitas indústrias especialmente aquelas cientificamente baseadas e tecnologicamente
avançadas, encontramos a situação de oligopólio.
Assim como o nome sugere, este é o caso de mercado que é dominado por poucos. Por
outras palavras, um número reduzido de grandes empresas que contam para a toda a
produção industrial.
Bons exemplos de oligopólio são encontrados nas indústrias petrolíferas, detergentes,
pneus, automóveis, fibra sintética, cigarros entre outros.
O exemplo de oligopólio não se ajusta ao caso de monopólio ou concorrência imperfeita
pelo facto que não é possível dizer que outros factores permanecem inalteráveis.
No oligopólio cada firma tem igual influência no mercado de tal modo que qualquer
mudança na sua política vai provocar alterações no mercado que conduzirá a que outras
empresas respondam.
Mas a reacção dos concorrentes é desconhecida.
Se a firma reduz o seu preço que é para aumentar o volume de vendas pode vender menos.
Dependerá de como as empresas vão reagir a esta redução de preços
Por vezes os oligopolistas aceitam a liderança nos preços de firmas mais grandes.

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