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CUSTO OPORTUNIDADE



Para a satisfação de uma certa necessidade, (e essa satisfação é encarada como um
benefício), há que fazer um sacrifício directo, que coincide com o próprio trabalho humano
e uso e desgaste de recursos. O sacrifício, porém, também é indirecto no sentido de que
teremos de renunciar às alternativas de utilização dos recursos. Se usamos os nossos
recursos para produzir pão, por exemplo, não poderá usa-los para produzir bolachas.
Deixamos então de as consumir, o que representa um sacrifício.
O facto de não satisfazermos uma necessidade alternativa (isto é, aquilo que renunciamos
ao usar os recursos de outra forma), constitui um custo, que se designa de oportunidade.
Claramente, o mínimo de bom senso, faz com que a alternativa escolhida seja a melhor. Em
outros termos, o benefício esperado da opção por nós escolhida deve ser maior que o
custo oportunidade da opção, por nós, não escolhida.
Veja-se pela tabela que o aumento do produto agrícola de 3 mil toneladas para 4 mil,
implica imediatamente um custo de oportunidade dessa expansão, de 8 mil unidades
de bens manufacturados.
Por seu turno, a coluna 4 indica o custo de oportunidade dos produtos
manufacturados medidos em termos de bens agrícolas que deverão ser sacrificados,
quando mais recursos forem empregues para a produção de mais produtos fabris.
Note-se pela tabela anterior, que a medida que a produção de bens agrícolas aumenta,
aumenta igualmente o custo de oportunidade. Esta situação deve-se ao facto de que
alguns recursos são mais apropriados para a produção de bens agrícolas que para
bens manufacturados e pela de rendimentos decrescentes.
Os pontos ao longo da curva de FPP mostram-nos a combinação máxima possível das
duas mercadorias.
A economia poderá produzir em qualquer combinação dentro da curva da FPP
(aquém da curva), mas isso significará que alguns recursos são ociosos (não estão a
ser produtivamente utilizados). Ou ainda, que parte desses recursos estão
desempregados, mais ainda, que tal ponto de combinação (dentro da curva)
representa o ponto de ineficiência.
Ponto dentro da curva da FPP indica tal situação de ineficiência. Neste caso a
economia pode produzir mais de bens agrícolas a medida que vai produzindo mais
de bens manufacturados.
Pode-se também dizer que produzir ao longo da curva da fronteira das possibilidades
produtivas é produzir no ponto da eficiência porque a medida que quisermos
aumentar a quantidade de um bem será em detrimento (redução) de outro.
No ponto fora da curva da fronteira das possibilidades produtivas é impossível
produzir qualquer bem com a dotação existente de recursos na economia.
A fronteira das possibilidades produtivas (FPP) representa a máxima combinação
de quantidade de bens que uma economia pode produzir usando todos os seus
recursos disponíveis. E a curva de FPP, não é nada mais que o lugar geométrico
que indica tais combinações.
A fronteira de possibilidades de produção ilustra os três conceitos: escassez,
escolha e custo de oportunidade. A escassez é observável pelas combinações de

produção situadas acima da fronteira; a escolha pela necessidade de selecção de um
ponto entre as combinações de produção alternativas ao longo da fronteira; e o
custo de oportunidade pela inclinação negativa da curva.
A capacidade de um país em produzir mais dos dois bens a partir da fronteira das
possibilidades produtivas implicará um aumento na força de trabalho, um incremento
no stock de capital (fábricas, estações de energia, linhas de transporte, máquinas e
outros equipamentos) e aumento na tecnologia.
Por outras palavras, isso é possível com a expansão da produção global dentro da
eficiência (deslocamento da curva da fronteira das possibilidades produtivas) se
aumentar a capacidade produtiva do país.
Como se pode depreender ao se estudar a curva da FPP, fica bem patente a ideia do
custo de oportunidade que é fundamentada pela existência da escassez.
Quando nos deslocamos ao longo da linha, é como que se estivéssemos a mudar o objecto
de trabalho das fábricas, a dar novas e diferentes utilizações à terra, ao gado, aos meios de
transporte, etc.
Duas situações se destacam:
· A economia se encontra no interior da fronteira – trata-se de uma economia ou
empresa ineficiente, recursos explorados abaixo da sua capacidade;
· A economia se encontra fora da curva – não é possível, a economia só tem
possibilidade de produzir as máximas combinações sobre a linha da curva e
nunca para além dela.
Suponha que você quer um refresco em garrafa de refrigerante e uma sandes de ovo e
tem, somente, no seu bolso dez meticais.
Desde o momento em que você decida por tomar o refresco e que custa 10.00 MT,
logo você não dispõe de mais dinheiro para comprar a sanduiche de ovo. Se você
gostaria de comer a sandes para além do refresco, então a sandes que você renunciou
(abdicou) é o seu custo de oportunidade.
A partir destes exemplos domésticos pode-se extrapolar aos exemplos mais complexos, como
entre depositar a prazo e investir na criação de uma empresa, os seus rendimentos ou
herança, entre produzir mais armas e menos medicamentos, entre produzir mais escolas e
menos tractores, e outros mais.
A ideia de custo de oportunidade é fundamental na análise económica. O breve exemplo
dado permite-nos avançar com a definição alternativa deste conceito. O custo de
oportunidade da utilização de recursos para um determinado fim é o benefício
sacrificado pela não utilização desses recursos da melhor forma alternativa. Pode
deste modo concluir-se que, quando se procede a uma escolha, existe sempre um custo de
oportunidade. Este conceito é melhor apreendido com a noção geométrica da fronteira de
possibilidades de produção.

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