ESTUDO DOS CEREAIS ARROZ E MAPIRA
ARROZ
1.1 Origem
O
arroz (constituído por sete espécies, Oryza barthii, Oryza glaberrima, Oryza
latifolia, Oryza longistaminata, Oryza punctata, Oryza rufipogon e Oryza
sativa) é uma planta da família das gramíneas que alimenta mais da metade da
população humana do mundo. É a terceira maior cultura cerealífera do mundo,
apenas ultrapassada pelas de milho e trigo. É rico em hidratos de carbono.
Para
poder ser cultivado com sucesso, o arroz necessita de água em abundância, para
manter a temperatura ambiente dentro de intervalos adequados, e, nos sistemas
tradicionais, de mão-de-obra intensiva. Desenvolve-se bem mesmo em terrenos
muito inclinados [carece de fontes] e é costume, nos países do sudeste
asiático, encontrarem-se socalcos onde é cultivado. Em qualquer dos casos, a
água mantém-se em constante movimento, embora circule a velocidade muito
reduzida.
1.2 Distribuição
Geográfica
Por
se tratar de uma planta tipicamente tropical, a bananeira, para bom
desenvolvimento, exige calor constante e elevada umidade. Essas condições são,
geralmente, registradas na faixa entre os paralelos de 30° norte e sul, nas
regiões onde as temperaturas permanecem acima de 10°C e abaixo de 40°C.
Entretanto, há possibilidade de seu cultivo em latitudes maiores de 30°,
contanto que a temperatura o permita.
A
expansão de um cultivar, em determinados países e áreas, é função da sua
aclimatação, interesse do mercado local ou do importador. Disso resulta que há
relativa diversificação de cultivares entre as regiões produtoras.
Os principais países que produzem
banana podem ser assim agrupados por regiões
*
África
*
Região do Caribe
*
Oriente Médio
*
América do Sul
*
América Central
*
Angola
*
Moçambique
1.3 Importância socio
económico
Nenhuma outra atividade econômica
alimenta tantas pessoas, sustenta tantas famílias, é tão crucial para o
desenvolvimento de tantas nações e apresenta mais impacto sobre o nosso meio
ambiente. A produção de arroz alimenta quase a metade do planeta todos os dias,
fornece a maior parte da renda principal para milhões de habitações rurais
pobres, pode derrubar governos e cobre 11% da terra arável do planeta.” (Ronald
Cantrell, 2002). Cultivado e
consumido em todos os continentes, o arroz destaca-se pela produção e área de
cultivo, desempenhando papel estratégico tanto no aspecto econômico quanto
social. O arroz é um dos mais
importantes grãos em termos de valor econômico. É considerado o cultivo
alimentar de maior importância em muitos países em desenvolvimento,
principalmente na Ásia e Oceania, onde vivem 70% da população total dos países
em desenvolvimento e cerca de dois terços da população subnutrida mundial. É
alimento básico para cerca de 2,4 bilhões de pessoas e, segundo estimativas,
até 2050, haverá uma demanda para atender ao dobro desta população.
1.4 Descrição botânica
Dentre os estados que cultivam
arroz, destaca-se o Maranhão, hoje ocupando o 2o lugar em valor de
produção. De maneira geral, as cultivares utilizadas são as nativas. O CNPAF e
CENARGEN, a EMAPA e técnicos da extensão rural, realizou em 1979, uma expedição
para coleta de germoplasma de arroz nas áreas tradicionais da cultura, visando
a conservar este material para uso imediato ou futuro em programas de
melhoramento de arroz. Dentro deste contexto e objetivando uma melhor utilização
deste material em programas de melhoramento conduzidos nesta cultura, o CNPAF
desenvolveu um trabalho de caracterização e avaliação de todo o material
genético coletado na referida expedição.
1.5 Exigencia
ecológica/clima
A reportagem cinematográfica mostra as
qualidades e as oportunidades de produção agroecológica que os assentados de
reforma agrária da Região Metropolitana de Porto Alegre (RS) alcançaram após 12
safras do arroz orgânico, no modo de organização cooperativista. O
documentário de 26 minutos faz parte da série Curta Agroecologia, promovida
pela ANA (Articulação Nacional de Agroecologia), com financiamento da Fiocruz e
Canal Saúde.
1.6 Preparacao do
terreno
A utilização do sistema
pré-germinado compreende uma série de etapas diferenciadas, entre elas a
sistematização do solo, que provoca grandes variações, principalmente no tipo
de maquinário a ser utilizado. Nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina,
apesar de os orizicultores utilizarem essa técnica de cultivo, as
características e os resultados são bem diferentes. Enquanto em Santa Catarina
as áreas de arroz são geralmente pequenas, facilitando a adoção dessa técnica,
utilizada há vários anos, no Rio Grande do Sul, com uma área em torno dos 950
mil hectares plantados, essa técnica já alcança os 11% do total plantado, em
lavouras bem maiores. Em grandes áreas, a utilização desse sistema possui
algumas restrições, pois as práticas de preparo de solo são mais lentas e o
manejo da água exige muitos cuidados. Em Santa Catarina, essa técnica é
praticamente utilizada em mais de 95% da área cultivada de arroz, facilitada
pelas dimensões menores das lavouras. Existe um ditado popular que diz
“geralmente quando se soluciona um problema estamos criando um outro”. No que
se refere a essa técnica, podemos dizer que isso é verdade, quando verificamos
que muitos orizicultores no Estado de Santa Catarina, após utilizarem esse
sistema há mais de 10 anos, vêem-se obrigados a voltar ao sistema de plantio
direto para conseguirem controlar a infestação de ervas aquáticas que se
proliferaram com a utilização sucessiva do sistema pré-germinado.
1.7 Pragas e doenças
Cascudo preto (Eutheola humilis): é um inseto de ocorrência
cíclica, causa danos às raízes antes da inundação da lavoura. Na fase larval,
alimentam-se das raízes e na fase adulta danificam a base da planta. O inseto
adulto após a hibernação favorecido pelo aumento da temperatura e irrigação
entra na lavoura (OLIVEIRA et al.,2007).
Pulgão
da raiz (Rhopalosiphum rufiabdominal): é um inseto-praga
de grande importância para a agricultura, provoca alguns danos diretos ao se
alimentar e injeta toxinas e suga a seiva, causando o amarelecimento das
folhas, paralisando o crescimento da planta (GALLO et al.2002
Lagarta
da folha (Spodoptera frugiperda): alimentam-se das
folhas e cortam os colmos (caule) novos rentes ao solo
Lagarta
boiadeira (Nymphula indomitalis): corta as folhas
das plantas novas coincidindo com as inundações, utilizam as folhas cortadas
para enrolar-se formando cartuchos que flutuam na água espalhando-se por toda a
lavoura (SOSBAI, 2005).
Bicheira
da raiz (Orizophagus oryzae): é uma importante
praga da cultura no RS, causando redução no rendimento dos grãos pelo ataque de
larvas. Estas ao cortarem as raízes diminuem a absorção dos nutrientes.
Broca
do colmo (Ochetina uniformis): ocorre na fase
vegetativa e perfura a base dos colmos, as larvas se alimentam no interior do
colmo em formação provocando redução na população das plantas.
1.8 Colheita do arroz
A colheita do arroz, de um modo
geral, pode ser encarada de forma semelhante na maioria das propriedades,
independentemente do objetivo final: se de lavoura para produção de grãos ou se
para sementes.
É sempre importante ressaltar que
as operações de colheita podem representar até 50% do custo de produção de uma
lavoura; por isso, toda a concentração de esforços para se colher toda a
produção do campo, além da manutenção de melhor qualidade do produto, é fundamental.
O ponto de colheita é um dentre os
fatores mais importantes que podem afetar a produção do arroz irrigado. A época
de colheita pode ser dividida em:
• Colheita prematura;
• Colheita ótima (ponto ideal de
colheita);
• Colheita tardia.
A colheita prematura é efetuada
quando os grãos ou sementes atingirem o máximo peso seco, isto é, quando o
produto apresentar o máximo vigor e não ter sofrido quase nenhum dano
climático. Entretanto, nesta fase, as sementes ou grãos possuem um grau de
umidade elevado, o que dificulta a trilhagem pela colhedeira e,
conseqüentemente, pode ocorrer perda de material não trilhado ou degranado.
A colheita tardia é o período em
que a umidade dos grãos ou sementes apresenta-se mais baixa. Nesta fase, os
grãos são mais facilmente colhidos e apresentam baixa perda na
trilhagem. Entretanto, neste período, em função dos efeitos climáticos,
podem ter ocorrido sérios danos devido ao degrane no campo, ou prejuízos na
qualidade. De qualquer forma, a qualidade do arroz está diretamente relacionada
com as características genéticas de cada cultivar e com a umidade no momento da
colheita.
2. Mapira
2.1 Origem
Sorghum bicolor é uma espécie de
planta com flor pertencente à família Poaceae. O seu nome comum é sorgo, e é
também chamado milho-zaburro no Brasil, mapira em Moçambique e massambala em
Angola.
A autoridade científica da espécie
é Moench, tendo sido publicada em Methodus Plantas Horti Botanici et Agri
Marburgensis: a staminum situ describendi.
O sorgo é o quinto cereal mais
produzido no mundo, antecedido pelo trigo, o arroz, o milho e a cevada. Em
Moçambique, constitui um dos alimentos básicos da população.
2.2 Distribuição
geográfica
A produção de grãos tem sido
considerada um indicador da produção agrícola no Brasil. Do ponto de vista
agronômico, os grãos verdadeiros incluem os cereais, as sementes de plantas da
família das gramíneas (como arroz, aveia, centeio, cevada, milho, sorgo e
trigo), e outras espécies cultivadas principalmente para a produção de amido e
como fonte de energia. A distribuição geográfica dos plantios é muito
heterogênea no Brasil, havendo regiões em que predomina o plantio de umas
culturas, e regiões onde fica concentrado o cultivo de outras.
2.3 Importância sócio
económica de mapira
A produção de sorgo vem apresentando no Brasil
um crescimento notável nos últimos anos, após situar-se ao redor de 300.000 t
até 1996. A partir deste ano, a quantidade de grãos de sorgo colhida evoluiu
continuamente até atingir valores próximos a 900.000 t. Isto é o reflexo de uma
série de mudanças que ocorreram no agronegócio brasileiro, que criaram as
condições tanto para este incremento como para absorção da produção resultante.
Para criar condições que sustentem novos períodos de crescimento da produção e
consumo do sorgo no Brasil, é necessário um maior conhecimento das
características da planta do sorgo e de suas formas mais comuns de
processamento em outras regiões do mundo
2.4 Decsrição botânica
Ø O sorgo (Sorghum bicolor ou
Sorghum vulgare), também chamado milho-zaburro e mapira, em Moçambique, onde
constitui um dos alimentos básicos da população.
Ø É o 5° cereal mais
importante no mundo.
Ø Origem africana.
Ø Introduzido no Brasil no
século XX, tendo como principais regiões produtoras Goiás e Minas Gerais.
Produtos utilizando sorgo
Ø É alimento humano em muitos
países da África, do Sul da Ásia e da América Central e importante componente
da alimentação animal nos Estados Unidos, na Austrália e na América do Sul.
Ø Os grãos do sorgo são úteis
na produção de farinha para panificação, amido industrial e álcool e como
forragem ou cobertura de solo.
Ø Cerveja típica da África é
feita do sorgo.
Ø No entanto, hoje a cerveja
de sorgo perdeu espaço para a produção industrial dominada pela cevada.
2.5 Exigência
ecológica/clima
Embora a época de plantio tenha
relativamente pouco efeito no custo de produção, seguramente afeta o rendimento
e o lucro do agricultor. A tomada de decisão quanto à época de plantio deve-se
embasar nos fatores de riscos e nos objetivos propostos pelo agricultor, que
tendem a ser minimizados quanto mais eficiente for o planejamento das
atividades relacionadas à produção.
A maioria da redução de
produtividade esta relacionada ao decréscimo do número de sementes resultante
da redução do período de desenvolvimento da panícula. No que se refere a
temperatura do ar, a literatura tem mostrado que existem diferentes
temperaturas ótimas, ou seja, a temperatura ótima varia com a cultivar e que 5o
C acima do valor da temperatura ótima noturna pode reduzir até 3% a produtividade.
Isso se deve ao aumento da taxa respiração noturna , chegando mesmo Eastin et
al (1978) a concluir que para cada 1o C de aumento a temperatura
noturna há uma taxa de aumento de respiração em torno de 14%. Na literatura
brasileira consultada a temperatura requerida para ótimo crescimento e
desenvolvimento da cultura do sorgo não tem sido determinada para as diferentes
cultivares de sorgo mas sabe-se que varia para cada cultivar.
2.6 Preparação do
terreno
Nos sistemas de produção onde o
agricultor explora uma cultura anualmente, o picador de palha tem a finalidade
de aumentar a rapidez de decomposição dos restos de cultura, melhorar a
habilidade de o arado incorporá-lo e evitar embuchamento nas operações de
plantio.
Nos sistemas de produção de duas
culturas anuais, (inverno e verão) o volume de restos de cultura é maior e o
tempo disponível para decomposição dos mesmos é menor; conseqüentemente, há
necessidade de uma boa distribuição deste material no solo para maior
facilidade das operações subseqüentes. O material deve ser bem picado, para
evitar embuchamento junto aos sulcadores das semeadoras. Caso seja adotado o
sistema convencional de preparo do solo, os motivos para se usar o picador de
palha são os mesmos descritos anteriormente. Se o sistema adotado for de
plantio direto o uso do picador de palha trará como conseqüências à
uniformização da palhada em toda a área, diminuindo a evaporação da água da
superfície, e a melhoria da eficiência dos herbicidas.
2.7 Pragas e doenças
Os insetos-praga que atacam a parte
subterrânea das plantas são normalmente mais difíceis de serem observados.
Entretanto, os danos causados por estas pragas contribuem para a redução da
produtividade de várias maneiras. As principais espécies de insetos-praga que
podem danificar sementes e plantas jovens, reduzindo a população de plantas no
campo, podem ser distribuídas em três grupos:
1. Insetos que atacam as sementes e/ou sistema radicular das plantas -
este grupo
estão incluídas espécies de insetos
polífagos que causam a redução da população de
plantas, devido à destruição de
sementes ou morte de plantas jovens ou mesmo redução
do desenvolvimento das plantas,
confundindo com deficiência nutricional em várias
culturas
2. Lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (Smith) - Os adultos da lagarta-docartucho são mariposas de hábitos
noturnos e migratórios.
2.8 Colheita da Mapira
Para a produção de grãos e
realização da secagem artificial, o ponto ideal da colheita é quando os grãos
estiverem com teor de umidade entre 14 e 17%. A secagem artificial é feita até
os grãos atingirem 12 a 13% de teor de umidade. Sem a secagem artificial, a
colheita só pode ser feita quando os grãos estiverem com a umidade de 12 a 13%.
Para ensilagem, o ponto ideal é quando a planta inteira atinge, pelo menos, 30%
de matéria seca. Na prática, o produtor poderá se basear no ponto de formação
da camada preta. Para o corte verde, o ponto i.
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