ESTUDO DE SEREIAS COMO TRIGO
1. Trigo
1.1 Origem
A
origem do trigo é bastante remota. O homem cultiva o Triticum vulgare, pelo
menos, há seis mil anos, no início, triturando-o entre pedras rústicas, para
aproveitar a farinha. Foram encontrados grãos de trigo nos jazigos de múmias do
Egito, nas ruínas das habitações lacustres da Suíça e nos tijolos da pirâmide
de Dashur, cuja construção data de mais de três mil anos a.C. A origem do
precioso grão mistura-se com as lendas de quase todas as religiões: os egípcios
atribuíam o seu aparecimento à Deusa Isis; os fenícios à Dagon; os hindus à
Brama; os árabes à São Miguel;
1.2 Distribuição
geográfica
O
trigo é a principal fonte de alimento para milhões de pessoas, sendo um dos
três cereais produzidos globalmente (Milho e Cevada são os outros dois). Embora
o arroz seja o segundo cereal mais produzido no mundo, a sua produção é situada
no Oriente e Ásia ocidental.
O
cultivo de trigo iniciou há 10000 anos atrás, sendo que sua origem é vinculada
com a região sudeste da Turquia. Foi primeiramente chamado Einkorn (T monococcum)
e é descrito geneticamente como diploide, contendo dois pares de cromossomos.
Ao mesmo tempo, trigo Emmer (Triticum dicoccum) foi sendo domesticado.
Posteriormente
houve um desenvolvimento genético, e o Emmer foi um híbrido natural entre duas
gramas selvagens – Triticum urartu (diretamente relacionado com einkorn
selvagem (T. boeoticum), e uma espécie de Aegilops.
1.3 importância
sócio-económico
O
Brasil tem uma área de 10 milhões de hectares aptos e com tecnologias
disponíveis para cultivo do trigo. Produziu, na safra de 1997, numa área de
1.488 milhão de hectares, cerca de 2,5 milhões de toneladas, cujo valor da
produção obtida foi de aproximadamente R$ 364,8 milhões. Em 1996 havia
cultivado 344 mil hectares a mais (+ 18,8%). Isso determinou um equivalente a
não obtenção de 619 mil toneladas de trigo em 1997 ou a não geração de recursos
da ordem de R$ 89,9 milhões. Por outro lado, importou-se cerca de R$ 1 bilhão
em trigo, o que daria para financiar aproximadamente 4 milhões de hectares no
país.
Para
contornar essas perdas e agregar um crescimento contínuo, firme e rentável à
triticultura nacional, deve-se buscar como metas de médio prazo:
-aumento
da participação do trigo nacional para, no mínimo, 50% do mercado doméstico;
-aumento
da produtividade média para mais de 2.000 kg/ha;
-adequação
da legislação brasileira sobre o comércio de trigo à legislação internacional;
-fortalecimento
da pesquisa pública e privada, para melhorar a rentabilidade, produtividade e
qualidade do trigo nacional;
-aumento
dos postos de trabalho (pelo incremento de área, produção e produtividade
decorrente do maior nível de tecnologia empregado);
-aperfeiçoamento
do zoneamento agroclimático e das garantias de seguro aos agricultores.
1.4 Descrição botânica
O
trigo aparentemente é originário do Oriente Médio, de onde provém Triticum
aegilopoides (Einkorn). Ele é o tipo de 7 cromossomos e o provável ancestral de
todos os outros tipos de trigo, juntamente com algumas espécies
de Aegilops (Morris e Sears, 1967). O trigo pertence ao
gênero Triticum, possuindo um número muito grande de espécies.
As
variedades de trigo cultivadas no Rio Grande do Sul pertencem a
espécie aestivum, que é mais cultivada em todo o mundo. Outra espécie
cultivada éTriticum durum (trigo duro) cultivado na América do Norte, Europa,
Norte da África, Rússia,
Índia e alguns países do Oriente Médio. As demais espécies tem pequena expressão
em termos de área de cultivo mas são extremamente importantes como fonte de
material genético em programas de melhoramento.
1.5 Exigência
ecológica/clima
O
trigo desenvolve-se melhor quando recebe na primeira parte do seu ciclo
temperaturas do ar relativamente baixas. Tem sido considerado para os meses de
setembro, outubro e novembro (pouco antes da colheita devem situar-se ao redor
de 19°C para boa obtenção de grãos.
Normalmente
umidade do ar entre 85 a 95% está relacionado com o aparecimento de moléstias,
para uma boa produtividades a umidade do ar ideal para o trigo é de 70%.
Quanto
aos solos o ideal é que sejam profundos, boas características físicas que não
oferecem barreira ao desenvolvimento das raízes, boa drenagem, não declivosos e
de preferência com boa fertilidade com menores teores de Alumínio e Manganês
com pH mais elevado.
1.6 Preparação do
terreno
Na
impossibilidade de adoção do sistema plantio direto, a melhor opção de
condicionar o solo para a semeadura de trigo ou triticale é o preparo mínimo,
empregando implementos de escarificação do solo. Neste caso o objetivo é
reduzir o número de operações e não a profundidade de trabalho dos implementos.
As vantagens desse sistema são: aumento da rugosidade do terreno, proteção da
superfície do solo com restos culturais, elevado rendimento operacional das
máquinas e menor consumo de combustível. O preparo de solo com arado não é
contra-indicado, porém, para glebas de relevo ondulado é preferével o uso de
sistema conservacionista de manejo de solo.
1.7 Pragas e doenças
FERRUGEM
DA FOLHA
·
Principais
características:
As
características podem ser identificadas pelo aparecimento de pústulas de
coloração amarelo-escuro a marrom ao longo das folhas da cultivar suscetível.
Ocorre a perda em produtividade de grãos que podem superar 50%. Pode correr
desde a planta jovem até a fase adulta, dependendo da cultivar e das condições
climáticas.
Condições
climáticas que favorecem a doença:
Temperaturas
entre 15ºC e 20ºC e elevada umidade relativa.
·
Controle:
O
controle dessa doença pode ser obtido pelo uso de fungicidas contanto que sejam
utilizados no momento correto, ou seja, quando a doença já estiver instalada e
em nível alto de severidade, pouco valor teria um fungicida protetor.
Outra
estratégia buscada constantemente no controle de diversas doenças é o uso de
cultivares resistentes.
GIBERELA
·
Principais
características:
A
Giberela do trigo é causada por um fungo chamado Gibberella zeae, a
Giberela é uma doença de importância mundial, ela ataca as espigas e causa
despigmentação das mesmas. Os grãos produzidos são chochos, enrugados e de
coloração branco a rosada.
Condições
climática que favorecem a doença:
Temperatura
entre 20 e 25º C, precipitação pluvial de no mínimo 48 horas consecutivas.
·
Controle:
É
uma doença quase sempre devastadora quando as condições climáticas favorecem o
patógeno, o que torna o controle mais complicado.
BRUSONE
·
Principais
características:
Brusone
é a doença que mais causa perdas nas lavouras de trigo no Cerrado.
Ocasionalmente podem ser observadas nas folhas lesões com margem de cor
marrom-escura e centro claro.
·
Condições climáticas
que favorecem a doença:
Precipitação
pluvial, dias nublados e temperaturas entre 24 e 28 ºC , umidade acima de 90% e
longos períodos de orvalhos também favorecem o desenvolvimento de brusone.
·
Controle:
Assim
como a giberela, brusone é uma doença de difícil controle, sendo o método mais
eficiente o escape, realizando plantio tardiamente e utilizando cultivares
resistente a doença.
MANCHAS FOLIARES
·
Principais
características:
Um
grupo de fungos que origina manchas foliares afeta a cultura do trigo e torna
difícil a distinção dos agentes etiológicos pois os sintomas produzidos são
semelhantes. Esses microrganismos além dos sintomas semelhantes possuem em
comum, alta habilidade saprofítica, capacidade de formar lesões
necróticas e habilidade de sobreviver na semente.
·
Condições favoráveis
para a doença:
Temperatura
entre 18 a 28 ºC e um período de molhamento foliar superior a 30 horas.
·
Controle:
Uso
de fungicidas na parte aérea da cultura de trigo.
1.8 Colheita do trigo
O
tempo seco da última semana acelerou a colheita de trigo em todo o território
paranaense. De acordo com números do Departamento de Economia Rural (Deral), da
Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), a colheita do cereal
já ultrapassa a marca de 72%, enquanto no ano passado, no mesmo período, o
número estava em 60%. A produtividade, porém, não está em valores tão
interessantes nas lavouras, segundo a entidade.
A
recuperação da colheita é boa após um período intenso de chuvas no início do
mês de outubro, o que atrapalhou o processo em algumas regiões, principalmente
no Noroeste e Oeste, especificamente na cidade de Toledo
2. Mexoeira.
2.1 Origem
A
mexoeira é uma planta de origem africana, a planta tem nomes distintos nas
línguas moçambicanas, sendo o de mexoeira derivado da língua chisena, falada no
vale do Zambeze. Amexoeira é considerada o sexto cereal mais importante do
mundo, situando-se depois do trigo, do arroz, do milho, da cevada e do sorgo.
2.2 Distribuição
geográfica
Mexoeira
ou meixoeira (Pennisetum typhoideum, Rich. ou Pennisetum glaucum (Lin.) R.Br.)
é a designação mais comum em Moçambique de um milho africano, o peniseto ou
milhete, também muito divulgado na Índia (bajeri).
Cultivado
tanto em regiões úmidas como secas, apresenta várias vantagens, principalmente
em relação ao milho e ao sorgo, como alta resistência à seca e ao calor,
elevadas precocidade e adaptabilidade,além de baixo custo.
2.4 Descrição botânica
Moçambique
BOTÂNICA variedade de cereal (Pennisetum glaucum) de grão pequeno, semelhante a
milho-miúdo, cuja farinha é muito utilizada na alimentação do homem e dos
animais domésticos.
Pennisetum
glaucum é um cereal nativo do continente africano, importante na agricultura de
subsistência. É o cereal do grupo dos painços mais amplamente cultivado a nível
mundial, cultivado em África e no subcontinente indiano desde a pré-história.
Estudos indicam que a domesticação e diversificação ocorreu na zona do Sahel na
África Ocidental. Em Angola é conhecido como massango, e como mexoeira em
Moçambique. No Brasil é conhecido de milheto, ou milheto-pérola
2.5 Exigência
ecológica/clima
Originária de região tropical, a mandioca encontra
condições favoráveis para o seu desenvolvimento em todos os climas tropicais e
subtropicais. É cultivada na faixa compreendida entre 30 graus de latitudes
Norte e Sul, embora a concentração de plantio da mandioca esteja entre as
latitudes 20oN e 20oS. Suporta altitudes que variam desde o nível do mar até cerca
de 2.300 metros, admitindo-se que as regiões baixas ou com altitude de até 600
a 800 metros são as mais favoráveis.
2.6 Preparação do
terreno
Na
impossibilidade de adoção do sistema plantio direto, a melhor opção de
condicionar o solo para a semeadura de trigo ou triticale é o preparo mínimo,
empregando implementos de escarificação do solo. Neste caso o objetivo é
reduzir o número de operações e não a profundidade de trabalho dos implementos.
As vantagens desse sistema são: aumento da rugosidade do terreno, proteção da
superfície do solo com restos culturais, elevado rendimento operacional das
máquinas e menor consumo de combustível. O preparo de solo com arado não é
contra-indicado, porém, para glebas de relevo ondulado é preferével o uso de
sistema conservacionista de manejo de solo.
2.7 Pragas e doenças
Destacam
nesse grupo os cupins–subterrâneos; as verdadeira e falsa larvaarame;
a
larva-angorá - Astylus variegatus (Germar) e os coros ou bicho-bolo; os
percevejos-de-solo,
percevejos-castanho, Scaptocoris castanea Perty e Atarsocoris
brachiariae
Becker e o percevejo-preto, Cyrtomenus mirabilis (Perty). Outra espécie
importante
na redução da população de plantas no campo é a lagarta-elasmo,
Elasmopalpus
lignosellus (Zeller). Esta espécie ataca as plântulas logo após a
emergência,
sendo o período de susceptibilidade relativamente curto, de duas a três
semanas.
Os adultos são pequenas mariposas de hábitos rasteiros e estão sempre
pousados
no solo, onde geralmente colocam seus ovos. Os sintomas da infestação
caracterizam-se,
inicialmente, pela murcha e, posteriormente, pela morte das folhas
centrais,
permanecendo as folhas mais velhas verdes (sintoma denominado coração
morto).
Arrancando-se uma plântula de sorgo com esse sintoma, observa-se no colmo
uma
galeria aberta pela lagarta a partir de um orifício de entrada na região do
coleto da
planta.
Solto no solo ou ligado a esse orifício, pode ser encontrado um casulo, tecido
pela
lagarta com fios e detritos, onde ela se protege. A presença desse casulo é uma
sinal
contundente de diagnóstico.
3.8 Colheita
No
que diz respeito à produtividade, a expectativa no início da safra, segundo o
Deral, era que atingisse a marca de 2.952 kg/ha. Entretanto, as chuvas pontuais
devem afetar o resultado. "Ainda não temos um número fechado, mas acredito
que não deve chegar nessa estimativa do começo de safra", antecede
Godinho. Em relação à produção, o volume estimado era de 3,99 milhões de
toneladas em uma área de 1,35 milhão de hectares. Por fim, em relação à qualidade
dos grãos, Godinho comenta que ainda é muito cedo para dizer como eles estão
chegando aos moinhos. Os números do Deral demonstram apenas o que ocorre na
colheita, sendo até agora 77% boa, 21% média e apenas 2% ruim. "Fica
difícil avaliar isso em meio à colheita. Vamos aguardar o fechamento para ter
uma ideia melhor sobre o assunto."
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