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CULTURAS DE RENDIMENTO ALGODÃO, SOJA E TABACO

1. Tabaco

1.1 Distribuição geográfica

Originária dos Andes, a planta do tabaco se espalhou por toda a América com as migrações dos povos ameríndios. As folhas da planta eram usadas pelos nativos americanos com finalidades terapêutica, religiosa e de lazer, sob variadas formas: em pó, mascada, bebida, fumada, comida e chupada. No início do século XVI, o tabaco foi levado pelos espanhóis para a Europa, onde veio a tornar muito popular sob a forma mascada e sob a forma de rapé. O primeiro livro em que é relatada a forma nativa de se aspirar a fumaça proveniente de rolos de folhas de tabaco acesas é "Apologética historia das Índias", de Bartolomeu de las Casas, em 1527. Posteriormente, Gonzalo de Oviedo y Velázquez, na Historia General de las Indias, descreveu a planta e seus usos, em 1535.

1.2 Importância sócio-económico

É sabido que – comparado com outras regiões de Estado e do Brasil – os agricultures da região produtora de tabaco são proprietários de pequenas áreas na qual subsistem. Infelizmente é reservada uma mínina parte para a produção alimentar ou mesmo nenhuma. Este fato decorre da mudança de modelo de produção. No momento que o agricultor passou a ser “produtor”, aumentando a área cultivada para obter maior rendimento devido ao baixo valor do produto relacionado com o custo da produção.
Sendo pequenas, as lavouras estão relativamente próximas as residências e benfeitorias, dispensando pouco tempo para o deslocamento e, também, de colheita do produto. Assim, não sendo necessario a utilização de refeitórios e sanitarios nas lavouras, pois estas necessidades são atendidas conforme alegam produtores na suas residências.

1.3 Descrição botânica

·         Reino: Plantae
·         Divisão: Angiosperma
·         Classe: Dicotiledônea
·         Ordem: Solanales
·         Família: Solanaceae
·         Gênero: Nicotiana
·         Espécies:
ü  Nicotiana tabacum
ü  Nicotiana glauca
ü  Nicotiana longiflora
ü  Nicotiana rústica

1.4 Exigência ecológica/clima

Tabaco tem um clima tropical. Em Tabaco existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano. Mesmo o mês mais seco ainda assim tem muita pluviosidade. De acordo com a Köppen e Geiger a classificação do clima é Af. A temperatura média anual em Tabaco é 27.1 °C. Pluviosidade média anual de 3133 mm.
316 mm é a diferença de precipitação entre o mês mais seco e o mês mais chuvoso. As temperaturas médias variam 2.9 °C durante o ano.
Junho é o mês mais quente do ano com uma temperatura média de 28.4 °C. Ao longo do ano Janeiro tem uma temperatura média de 25.5 °C. É a temperatura média mais baixa do ano.
O mês mais seco é Abril com 159 mm. Em Dezembro cai a maioria da precipitação, com uma média de 475 mm.

1.5 Preparação do terreno

A produção sustentável com a viabilidade econômica da atividade é um compromisso do produtor e das empresas fumageiras, além da responsabilidade social, a qualidade do produto e a preservação do meio ambiente.
 A adubação verde na cultura do tabaco vai ao encontro desses objetivos, cujos benefícios diretos são: a proteção contra erosão, estruturação e aeração do solo, redução de adubos nitrogenados no caso das leguminosas e “quebra” do ciclo de pragas, doenças, nematóides fitoparasitos e infestação por ervas daninhas.
» ROTAÇÃO - essa modalidade é recomendada para a recuperação de solos e redução de pragas e doenças. Nessa situação, o produtor de tabaco faz a opção pelo pousio com adubos verdes de verão e, na sequência, com os de inverno, para obter maior produtividade na próxima safra. Os adubos verdes de verão são semeados nos meses de outubro a dezembro e manejados entre os meses de março a maio. Os adubos verdes de inverno são semeados de maio a junho e manejados entre junho a agosto, conforme opções na tabela ao lado.
  »  SUCESSÃO - nessa modalidade o produtor semeia os adubos verdes de verão no final ou após a colheita das folhas do tabaco:

1.6 Época de sementeira

As sementeiras e os viveiros do final do Inverno e início da Primavera marcam o começo de um novo ciclo em qualquer horta e há vários tempos e formas de os fazer. É sempre adaptado à planta que se quer gerar e às necessidades que esta vai exigir. Algumas precisam de muito esforço e cuidado e outras não, e é preciso saber antes de começar os passos necessários para ter sucesso na plantação. Dois pontos a ter em conta são a resistência ao frio/geada e o tempo de germinação da semente.
A sementeira directa é quando se semeia no local final onde a planta vai crescer até ser consumida (ou os seus frutos). A sementeira de favas é um exemplo e que mostramos nas imagens. Os regos são abertos, calculando bem as distâncias entre eles e também entre sementes, para que as plantas tenham o espaço suficiente para crescer e dar fruto.

1.7 Vantagens e desvantagens

Vantagens
·         Alguns estudos científicos sugerem que a nicotina pode aumentar a propensão de um momentâneo aumento de concentração mental e diminuição dos níveis de stress. Talvez a ideia do cachimbo da paz tenha algum sentido cientifico.
·         Proporcionador de Factores sociais. Como maneira de começar uma conversa ou sentir-se incluído em um determinado grupo ou de aproximação consciente ou subconsciente a um grup ou ideologia.
·         Como método para manter a linha. Embora existam claro métodos muito mais eficazes e saudáveis.
Desvantagens
Maior incidência de cancro. Está cientificamente provado que fumar é cancerigeno.
·         Envelhecimento de pele, assim como desidratação da pele.
·         Disfunção eréctil, assim como infertilidade.
·         Perda de capacidade respiratória.
·         Problemas de coração.
·         Cheiro intenso a tabaco na pele e roupas
·         Amarelecimento e deterioração de dentes e pele.
·         Diminuição de paladar e olfacto.
·         Maior necessidade de sono. Fumadores tendem a dormir mais tempo e ter um sono menos descansados em relação a não fumadores.

1.8 Práticas culturais

·         Sistemas de cultivo – ar livre e sob-abrigo, no solo e sem solo
·         Abrigos materiais, coberturas, dimensões e instalação
·         Épocas de sementeira
·         Escolha do local
·         Rotações, sucessões e afolhamentos
·         Instalação do sistema de forçagem e rega
·         Rega e drenagem
·         Preparação do solo
·         Fertilização
·         Sementeira/plantação/transplantação
·         Instalação do sistema de tutoragem
·         Sistema de propagação

1.9 Pragas e doenças

Pragas do Tabaco (afídeos e lagarta)
·         Sistemática e morfologia
·         Bioecologia
·         Estragos e prejuízos
·         Estratégia de proteção – monitorização
·         - Estimativa do risco e nível económico de ataque (NEA)
·         - Meios de luta - luta cultural (rotações e outras práticas culturais); luta biológica (inimigos naturais); luta química (considerações em relação às precauções toxicológicas, ecotoxicológicas e ambientais); outros meios de luta
Doenças (sintomatologia; biologia e epidemiologia; breves noções sobre métodos de detecção; importância dos estragos e prejuízos) – micoses
·         Estratégia de proteção – condições favoráveis à doença e meios de luta
·         Doenças não parasitárias – acidentes fisiológicos e carências

1.10 Colheita

Alguns cuidados são fundamentais no momento de colher o tabaco. Nas condições de baixa umidade do ar em função da estiagem, a colheita deve ser feita nas horas mais frescas do dia para evitar a “queima” das folhas no pós-colheita. Isto também ajudará no processo de cura, quando as folhas necessitam de maior umidade para realizar as transformações químicas e físicas para atingir a melhor qualidade. O produtor também deve seguir as recomendações da Campanha Colheita Segura, promovida pelo SindiTabaco, que abrangem os seguintes cuidados:
• Utilizar vestimentas de proteção e luvas específicas para a colheita, evitando o contato direto das folhas com a pele;
• Evitar colher o tabaco quando as folhas estiverem molhadas pela chuva ou orvalho;
• Dar preferência aos horários menos quentes para realizar a colheita.

2. Cana sacarina

2.1 Distribuição geográfica

A cana-de-açúcar é uma planta da família Poaceae, representada pelo milho, sorgo, arroz e muitas outras gramíneas. Pertencente ao gênero Saccharum L. (nome de um gênero botânico, ordem Gramineae, classe Monocotyledones com estames hipogínicos), há pelo menos seis dentro das 37 espécies do gênero, sendo a cana-de-açúcar um híbrido multiespecífico, recebendo a designação Saccharum spp
Acredita-se que o centro de origem de S. officinarum seja a Melanésia (Oceania), onde ela foi domesticada em torno de 6.000 a.C.e depois disseminada pelo homem por todo o sudeste asiático. A região tornou-se centro de diversidade, tendo como núcleo Papua Nova Guiné e Java (Indonésia), regiões onde a maior parte das espécies foi coletada a partir do final de 1800.
Na Índia, entre o sexto e o quarto séculos a.C, os persas, seguido pelos gregos, descobriram as famosas “canas que produzem mel sem abelhas”. Eles passaram a cultivar a cana-de-açúcar, transformando-a numa cultura importante da agricultura. Alguns comerciantes começaram a negociar a cana-de-açúcar e seus derivados da época como tempero raro e caro.

2.2 Importância sócio-económico

A importância da cana de açúcar é devida à sua mútipla utilidade, podendo ser empregada in natura, sob a forma de forragem, para alimentação animal, ou como matéria prima para a fabricação de rapadura, melado, aguardente, açúcar e álcool. Seus resíduos também tem grande importância econômica: o vinhoto é transformado em adubo e o bagaço em combustível.
O Brasil lidera a lista dos 80 países produtores, respondendo por 25% da produção mundial. Em 1998, o país produziu 338.002 mil toneladas métricas de cana, seguido pela Índia (265.000 mil toneladas métricas) e pela China (85.666 toneladas métricas). No Brasil, o complexo sucroalcoleiro gera uma renda de US$ 7 bilhões, sendo que US$ 3,2 bilhões são obtidos em vendas para o exterior. A cana-de-açucar é a base para todo o agronegócio sucroalcooleiro, representado por 350 indústrias de açúcar e álcool e 1.000.000 empregos diretos e indiretos.O Brasil produziu e moeu na safra 1999/00, 300 milhões de toneladas de cana de açúcar, 381 milhões de sacas de 50 kg de açúcar e mais de 12 milhões de litros de álcool anidro e hidratado.

2.3 Descrição botânica

A cana de açúcar pertence a vasta família das gramíneas a qual inclui mais de 5000 espécies. É uma planta viva, que vive vários anos, com talho aéreo, fibroso; atinge de 2 a 5m de altura, de cor variado dividido em nós e entre-nós mais ao menos largo dependendo da variedade. O talho é constituído no seu interior por um tecido esponjoso muito rico em sumo açucarado que pode ser extraído de diversas maneiras.
A planta de cana está constituída por 4 partes principais, que são: Raízes, Talho, Folhas e Flores.
As raízes têm a função de absorver as substâncias nutritivas do solo para servir de alimento para a planta
As raízes da cana são fibrosas (sistema radicular fasciculada). Quando se planta uma estaca de cana, se desenvolvem duas classes de raízes:1 – Raízes transitórias; 2 – Raízes definitivas ou permanentes.

2.4 Exigência ecológica/clima

A cana precisa de três fatores para se desenvolver: radiação solar, temperatura e água. O primeiro fator, a intensidade luminosa, está relacionado à fotossíntese e, consequentemente, ao acúmulo de açúcares, além de influenciar no perfilhamento.
A temperatura afeta o crescimento da planta, o sistema radicular e também a emissão de folhas. Já a água define todo o crescimento e desenvolvimento da planta. Segundo o Professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), Fábio Marin, a água é um elemento restritivo. Um exemplo dessa limitação é a queda da produção de cana nas lavouras de São Paulo, verificada nesta safra, em razão da insuficiência de chuvas.

2.5 Preparação do terreno

A grande extensão de terra ocupada com a cultura da cana-de-açúcar e as características regionais adotadas para a exploração da terra faz com que as técnicas para o preparo de solo apresentem diferentes combinações entre operações, máquinas e implementos. 
Assim, ainda que na prática a seqüência operacional se apresente mais ou menos similar nas diferentes atividades de preparo do solo para a implantação da cultura da cana, o ideal seria a utilização de diferentes sistemas de preparo que pudessem ser aplicados a cada uma das diferentes condições edáficas das áreas cultivadas com a cultura. Este pressuposto sustenta-se no princípio de que os solos onde a cultura pode ser instalada apresentam grande heterogeneidade na sua textura, profundidade e topografia, e que diferentes culturas podem ser exploradas juntamente com o cultivo da cana em forma de rotação.

2.6 Época de sementeira

A escolha adequada da época de plantio é fundamental para o bom desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, que necessita de condições climáticas ideais para se desenvolver e acumular açúcar. Para seu crescimento, a cana necessita de alta disponibilidade de água, temperaturas elevadas e alto índice de radiação solar. A cultura pode ser plantada em três épocas diferentes: sistema de ano-e-meio, sistema de ano e plantio de inverno.
Sistema de ano-e-meio (cana de 18 meses): A cana-de-açúcar é plantada entre os meses de janeiro e março. Nos primeiros três meses, a planta inicia seu desenvolvimento e, com a chegada da seca e do inverno, o crescimento passa a ser muito lento durante cinco meses (abril a agosto), vegetando nos sete meses subseqüentes (setembro a abril), para, então, amadurecer nos meses seguintes, até completar 16 a 18 meses. Este período (janeiro a março)é considerado ideal para o plantio da cana-de-açúcar, pois apresenta boas condições de temperatura e umidade, garantindo o desenvolvimento das gemas. Essa condição possibilita a brotação rápida, reduzindo a incidência de doenças nos toletes.

2.7 Vantagens e desvantagens

Vantagens
Quando se tem grandes áreas para plantio, uma segunda época de plantio facilita o gerenciamento e otimiza a utilização de máquinas e de mão-de-obra, que ficam subdivididas entre o período de plantio de cana de ano-e-meio e cana de ano.
Desvantagens
·         menor produtividade que a cana de 18 meses, uma vez que a cana de ano tem apenas sete ou oito meses de crescimento efetivo (um verão);
·         o preparo do solo para o plantio da cana de ano pode ser dificultado, uma vez que há pouco tempo para o preparo, incorporação do calcário e de outros corretivos etc. Logo após a colheita anterior é necessário arrancar as soqueiras para um novo plantio. Com o início da estação chuvosa, ocorrem poucos dias úteis para operações agrícolas e, se a área de plantio for muito grande, é necessária elevada quantidade de mão-de-obra nesse período;
·         em algumas situações e para variedades floríferas, a utilização de inibidores de florescimento pode ser necessária.

2.8 Práticas culturais

Para a implantação de um canavial, deve-se fazer, iniciamente, o planejamento da área, realizando um levantamento topográfico. Nos locais de plantio é feito um trabalho de engenharia, conhecido como sistematização do terreno, no qual subdivide-se a área em talhões e aloca-se os carreadores principais e secundários.
Atualmente, busca-se obter talhões planos mantendo linhas de cana com grande comprimento para evitar manobras das máquinas, otimizando operações mecanizadas. Em geral, os talhões de cana são subdivididos quanto à topografia e homogeneidade do solo e apresentam, em média, entre dez e 20 hectares. 
Os princípios de conservação do solo e a execução de terraços devem orientar todo o planejamento da sistematização do terreno. Antes do plantio, é necessário, também, planejar o plantio das mudas ou buscar no mercado um fornecedor idôneo. O plantio da cana pode ser efetuado manualmente ou mecanicamente.
O plantio compreende, basicamente, três etapas principais:
corte de mudas;
distribuição no sulco;
corte dos colmos em pedaços menores, dentro do sulco;
cobertura.

2.9 Pragas e doenças

·         Pragas
Gorgulhos, brocas, afídeos e larva de elaterídeos são insetos-pragas da cana de açúcar. As brocas do talo são as mais destrutivas. São larvas de mariposa que escavam os talos, enfraquecendo-os e causando perda de sacarose. Nos EUA, a broca da cana de açúcar (Diatrea saccharalis) atualmente é controlada por uma vespa parasita (Cotesia flavipes). Um exemplo famoso de tentativa fracassada de controle biológico foi a introdução do sapo-cururu ou sapo-boi (Bufo marinus) em Queensland, Austrália, em 1935, trazidos do Hawaii na tentativa de controlar as larvas de besouro-da-cana (larvas brancas). Porém, agora o sapo-cururu (ou sapo-boi) é uma praga grave. Um veneno tóxico é esguichado pelas glândulas presentes em suas cabeças. Eles atacam a fauna nativa, como abelhas, e transmitem doenças para rãs e peixes nativos. Os insetos não as únicas pragas da cana de açúcar. Ratos podem ser um problema e, no Hawaii, suínos selvagens precisam ser controlados.
·         Doenças
A mancha-café (Colletotrichum falcatum) é uma doença fungal de brotos plantados a baixas temperaturas. A doença do abacaxi (Thielaviopsis parodoxa) também ataca brotos, escurecendo a parte do meio, que fica cheirando a abacaxi muito maduro. A ferrugem (Puccinia melanocephala) parece pústulas ovais alongadas de cor marrom amarelado em ambas as superfícies da folha. A perda de rendimento pode ser de 20%, e a reprodução para chegar à resistência é uma meta importante. O carvão (Ustilago scitaminea) faz com que órgãos pretos semelhantes a chicotes emirjam das bainhas de folhas enroladas, principalmente no Sudeste da Ásia e África do Sul. Doenças bacterianas incluem a gomose, Xanthomonas vasculorum, na qual listras amarelas aparecem nas pontas das folhas e talos cortados secretam uma resina amarela; e a escaldadura das folhas, Xanthomonas albilineans, na qual listras amarelas ocorrem nas lâminas das folhas e as plantas brotam excessivamente. O mosaico da cana é uma

2.10 Colheita

O planejamento da colheita da cana-de-açúcar tem como objetivo otimizar todas as práticas referentes a esta atividade, possibilitando que o investimento realizado durante o cultivo seja recompensado, trazendo dividendos ao produtor.
Durante a colheita podem ocorrer muitas adversidades de ordem climática, social e administrativa. Entretanto, o planejamento deverá conter alternativas que previnam e contornem a situação sem trazer graves prejuízos para o produtor.
A cana deve ser colhida com o máximo teor de açúcar possível. A colheita deve ser planejada para ocorrer no período de pico de maturação da cultura, que varia de acordo com o sistema de cultivo adotado, variedade, região de cultivo, além de outros fatores.
As épocas de colheita da cana são entre os meses de abril e novembro, para a Região Centro-Sul,  e entre novembro e abril, para a Região Nordeste.
Algumas técnicas podem facilitar o planejamento da colheita, entre as quais: irrigação, maturadores, queima, corte, transporte da cana, etc.

3. Algodão

3.1 Distribuição geográfica

O algodão é uma fibra branca ou esbranquiçada, obtida dos frutos de algumas espécies do gênero Gossypium, família Malvaceae. Há muitas espécies nativas das áreas tropicais da África, Ásia e América.

3.2 Importância sócio-económico

O algodão em Moçambique é basicamente produzido nas regiões Centro e Norte do país, por cerca de 300.000 famílias rurais, criando cerca de 20.000 empregos na sua cadeia de produção e de valor. É o 2º maior produto de exportação na área agricola e é produzido com insumos de produção a crédito, assistência técnica ao produtor e comercialização respeitando preço mínimo oficial.
Os recentes desenvolvimentos na indústria algodoeira em oçambique apontam para um cenário optimista, pois, a recente reorganização do subsector, nomeadamente a organização dos privados em Associação Algodoeira de Moçambique (AAM), a entrada de novos operadores económicos, com vasta experiência, com domínio do mercado internacional, com capacidade financeira para fazer face aos choques de preços internacionais abrem boas perspectivas para arranjos institucionais de privados e camponeses capazes de interagir com o sector público na formulação de políticas e estratégias do subsector, diz o estudo realizado por Norberto Mahalambe, director do IAM, sobre a indústria algodoeira no país.

3.3 Descrição botânica

O Algodão, é uma planta de porte arbustivo ramificado, de ciclo perene e que pode atingir uma altura até cerca de dois metros. Suas folhas são largas, alternas, longo-pecioladas e com margens serrilhadas. As flores são solitárias, de coloração amarelado-dourada a amarelo-parda, com manchas purpúreas na base das pétalas. O fruto é do tipo cápsula, com 6 a 8 sementes pretas e pequenas, de formato oblongo, coloração esverdeada e revestidas de “pêlos” (fibras) mais ou menos longos, de cor branca ou branco-amarelada.

3.4 Exigência ecológica/clima

O clima em Algodão é tropical. Existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano. Mesmo o mês mais seco ainda assim tem muita pluviosidade. O clima é classificado como Af segundo a Köppen e Geiger. 23.4 °C é a temperatura média em Algodão. A pluviosidade média anual é 1308 mm.

3.5 Preparação do terreno

Na cultura do algodão, o preparo do solo deve ser feito de maneira correta, pois é um importante veículo para a germinação; o desenvolvimento e para o cultivo. Quando a terra vem sendo ocupada há anos consecutivos com a mesma cultura, geralmente o solo se encontra em boas condições de receber a aração, pois a destruição das anteriores soqueiras de algodão deve ter sido feita em junho/julho e ainda não houve tempo para desenvolvimento de nova vegetação. Nesse caso, uma aração deve ser suficiente; recomendam-se duas arações em terreno muito atacado de ervas daninhas. Mais de duas não se justifica. Uma a duas gradeações é suficiente. Há lavradores que tem por hábito fazer quatro, cinco ou mais gradeações; isto é contraindicado, pois o terreno não deverá ficar pulverizado superficialmente (EMPRAPA, 2003).
O manejo do solo se constitui de práticas simples e indispensáveis ao bom desenvolvimento das culturas e compreende, um conjunto de técnicas que,utilizadas racionalmente, proporcionam alta produtividade, mas, se mal utilizadas, podem levar à destruição dos solos em curto prazo.

3.6 Época de sementeira

A influência do tempo é de grande importância na produção, tanto em quantidade como em qualidade. As condições climáticas variam de ano para ano, embora obedecendo a características definidas. Sendo assim, somente a experimentação por um longo período de anos pode indicar a melhor época. (EMBRAPA, 2003).Porém, a literatura recomenda o plantio no início das chuvas (DIACONIA, 2006).
É sabido que a época de semeação tem influência também sobre a maior ou menor incidência de determinadas pragas em certos anos.(EMBRAPA, 2009).
Ultimamente, com a generalização do uso de modernos inseticidas de solo e sistêmicos, controlando com maior eficiência algumas pragas, as épocas puderam sofrer ligeira, antecipação de 10 dias, em relação ao que ficara estabelecido há alguns anos atrás, representando isto várias vantagens para os agricultores.(EMBRAPA, 2003).

3.7 Vantagens e desvantagens

Vantagens
·         Possui ampla adaptação a diferentes condições climáticas e regiões, o que permite o plantio em épocas marginais para outras culturas;
·         Melhora o aproveitamento da mão de obra da propriedade e da capacidade ociosa da indústria de extração;
·         Promove reciclagem de nutrientes;
Desvantages
·         Alto teor de ácido linoléico: nutricionalmente adequado por favorecer as funções cardiovasculares.
·         Produtividade de grãos por unidade de área: média nacional de 1600 kg/ha.

3.8 Práticas culturais

*Espaçamento
Tradicionalmente o espaçamento utilizado varia entre 0,70 a 1,0m. (CRIAR E PLANTAR, 2001). Quanto menor o desenvolvimento das plantas, mais cerrado deverá ser o espaçamento, ou vice-versa. Ao iniciar uma cultura de algodão, o espaçamento a ser empregado deverá levar em conta o provável desenvolvimento vegetativo das plantas sob condições normais, devendo nos anos seguintes ser feitas às correções para chegar mais próximo do ótimo (EMBRAPA, 2003).
      *Semeadura
É uma operação que exige muito cuidado. Na melhor época, escolhida o espaçamento, a primeira preocupação é a calha de plantio. Esta deve ser superficial, cerca de 5 a 8 cm de profundidade, pois assim as sementes terão melhores condições para a germinação e será mais fácil a mecanização dos tratos culturais (EMBRAPA, 2003).
*Desbaste
Também chamada raleação, é a prática de arrancar algumas plantas que consideramos como sobra, a fim de deixar na linha da cultura um número razoável delas, para que possam crescer e produzir livremente. (EMBRAPA, 2003).
Na prática recomenda-se deixar 5 (cinco) plantas por metro de linha quando o espaço entre as fileiras é de um metro (p/ plantas que crescem até 1,50 m); de 7(sete) a 8(oito) plantas por metro de linha, quando o espaçamento entre as fileiras é de 80 cm (p/ plantas que crescem até 1,20 m). Espaçamentos menores que 80 cm, até 10 plantas por metro linear poderão permanecer. (EMBRAPA, 2003).
Adubação e Calagem
A adubação é uma das práticas mais importantes na cultura do algodão. A  grande necessidade de aplicação de elementos químicos no solo para que a  produção seja compensadora, tem sido bastante evidenciada experimentalmente.(EMBRAPA, 2003).
Irrigação
 No Brasil, é mais comum o algoão sequeiro, porém  a cotonicultura irrigada começa a ganhar espaço, porque além de garantir a estabilidade da produção, ainda possibilita ganhos excepcionais de produtividade, se comparados com os da agricultura de sequeiro (EMBRAPA, 2003). Os sistemas de irrigação mais comuns no Brasil são de pivô central e por aspersão.

3.9 Pragas e doenças

Lagarta falsa Medideira • Adulto: mariposa com 35 mm de envergadura e 25 mm de comprimento; • Asas anteriores: coloração cinza-parda-escura, pequeno desenho prateado no centro como uma letra U; • Danos: larvas desfolham as plantas (folhas mais velhas); • Controle: • O controle químico se faz no mesmo nível de dano da Lagarta Curuquerê, principalmente com piretróides:Lagarta Falsa Medideira e Danos
Vaquinha (Costalimaita ferruginea vulgata; Typophorus nigritus e Diabrotica speciosa)• Ataca em qualquer fase, porém esporadica/e (considerada praga secundária);• A larva vive no solo;• Polífago: alimenta de algodão, eucalipto, goiabeira, cajueiro, etc.• Danos: Destruição das folhas novas;• Controle: • Inseto muito sensível à maioria dos inseticidas; • Controle não deve ser preventivo; • Tanto os de contato como os de ingestão têm boa ação sobre esta praga. Vaquinha (Costalimaita ferruginea vulgata e Typophorus nigritus)

3.10 Colheita

COLHEITA MANUAL
Exposto ao sol para secagem: máx. de 12% e a mín.de 7%;
Evitar colher muito cedo;
Destruição restos culturais;
COLHEITA MECANIZADA
Teor de umidade ideal: 7 a 12% (colher em horas quentes do dia);
Perdas admitidas: até 10%;
Velocidade de trabalho: 3,5 km/h;
Rendimentos: entre 2500 e 3800 kg/ha (até 250 @/ha);

4. Soja

4.1 Distribuição geográfica

Evidências históricas e geográficas indicam que a soja foi domesticada no século XI A.C. no norte da China. O Vale do Rio Amarelo, que é o berço da civilização chinesa é provavelmente o local de origem da soja.
A mais antiga referência sobre soja na literatura aparece em um livro de medicina intitulado “Pen Ts'ao Kang Mu" (Matéria Médica), escrito pelo ImperadorShen Nung. Na literatura, as referências a esta obra aparecem com seis datas diferentes de publicação, entre os anos de 2.838 A.C. a 2.383 A.C..Para alguns autores, as referências à soja são ainda mais antigas, remetendo ao "Livro de Odes",publicado em chinês arcaico e, também, à inscrições em bronze.

4.2 Importância sócio-económico

A revolução socioeconômica e tecnológica protagonizada pela soja no Brasil Moderno pode ser comparada ao fenômeno ocorrido com o ciclo da cana-de-açúcar, da borracha e do café, que, em distintos períodos dos séculos XVII a XX, comandaram o comércio exterior do País.
Avançando sobre novas fronteiras agrícolas na busca de terras abundantes e baratas, milhares de dinâmicos produtores de soja da região sul do Brasil migraram para o despovoado e desvalorizado Cerrado brasileiro, levando desenvolvimento e promovendo a implantação de uma nova cultura na região central do País. Centenas de pequenos povoados nasceram no vazio do Cerrado, transformando-se, ao longo das quatro últimas décadas, em cidades de pequeno, médio e grande porte e valorizando enormemente as terras da região, hoje tão valiosas quanto as da região sul.
A receita proveniente das exportações do complexo agroindustrial brasileiro de soja supera os dez bilhões de dólares, representando cerca de 8% do total exportado pelo País. Todavia, mais importante do que os benefícios diretos provenientes das exportações são os benefícios indiretos derivados da sua extensa cadeia produtiva, que superam em mais de cinco vezes esse montante.

4.3 Descrição botânica

A soja cultivada é uma planta herbácea incluída na classe Magnoliopsida (Dicotiledônea), ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília Faboideae, gênero Glycine L. É uma planta com grande variabilidade genética, tanto no ciclo vegetativo (período compreendido da emergência da plântula até a abertura das primeiras flores), como no reprodutivo (período do início da floração até o fim do ciclo da cultura), sendo também influenciada pelo meio ambiente

4.4 Exigência ecológica/clima

A soja (Glycine max L., Merril) é cultivada em várias áreas do globo, desde regiões de clima temperado-frio, até regiões equatoriais, quentes, porém, o sucesso da cultura está, na dependência de se utilizarem variedades adaptadas às condições climáticas da região.
As exigências climáticas básicas, térmicas e hídricas, da soja, são comparáveis às do milho. A soja suporta melhor que o milho certos rigores climáticos, como curtas estiagens na estação vegetativa, depois de as plantas estarem bem estabelecidas, ou a umidade elevada da estação.
As condições climáticas do planalto paulista podem ser consideradas, em geral, ótimas para o cultivo da soja. O plantio se faz, normalmente, de novembro à princípios de dezembro, e a colheita, de início de abril à início de maio, com um ciclo vegetativo de cerca de 160 dias, ou cinco meses e meio.

4.5 Preparação do terreno

Após realizada a análise do solo, é importante aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 50 a 60%, em função da variedade. O produtor deve ficar atento, pois a ciência mostra que a soja responde à relação Ca: Mg ampla, de 20: 1. Existe, assim, a possibilidade técnica de escolha de calcário calcítico, mas deve-se observar se a relação não se tornará larga demais ao longo do tempo, desequilibrando a melhor proporção.
Em seguida, o responsável deve efetuar a inoculação das sementes com bactérias fixadoras de N, específicas da soja e de boa qualidade – assegurada pela origem, prazo de validade e conservação em temperaturas adequadas.
Com o uso de superfosfato simples, a deficiência de S não é preocupação, mostrando a importância de revezar os formulados com essa importante fonte. Além disso, o superfosfato simples possui gesso agrícola em sua composição. Esse fato dá ao superfosfato simples a propriedade de condicionador da subsuperfície do solo, melhorando o ambiente radicular das culturas naquelas regiões onde a chegada do gesso agrícola é onerosa.

4.6 Época de sementeira

A soja é uma planta sensível ao comprimento do dia, por isso a época de plantio afeta drasticamente sua produtividade. Além disso, com o advento da ferrugem asiática, o plantio mais cedo tem menos problemas no controle dessa e de outras doenças e pragas que afetam a cultura. O planejamento dessa atividade é item fundamental para o sucesso da lavoura. Embora a recomendação sobre o período correto varie conforme cada região do país - sobretudo por causa das chuvas e do clima -, a orientação geral aos produtores é que comecem, desde a entressafra, a programar o plantio da lavoura.
A maioria das lavouras de soja não é plantada na época ideal para alcançar o máximo potencial produtivo da cultura, impactando negativamente a produtividade e a lucratividade da atividade.

4.7 Vantagens e desvantagens

Vantagem
Nos últimos 15 anos, os alimentos a base de soja tornaram-se populares nos países não asiáticos devido aos benefícios à saúde associados ao seu consumo, como diminuição do colesterol, tratamento dos sintomas da menopausa, prevenção da osteoporose, manutenção do peso corporal, entre outros. A soja oferece aspectos vantajosos, tanto em relação aos alimentos de origem animal como aos outros grãos integrantes do grupo das leguminosas, como o feijão e a lentilha. Isso porque, diferente de outros alimentos vegetais, é o único de seu grupo que contém proteína de alto valor biológico, assim como a proteína animal. A composição da proteína de soja inclui alto teor de gorduras boas (mono e poli-insaturadas), baixo teor de gordura ruim (saturada) e isenção de colesterol. Desta maneira, a American Heart Association considera a soja um alimento com bom perfil nutricional, e benéfico para a saúde cardíaca.
Desvantagem
A soja, como todo alimento de origem vegetal, possui substâncias que atuam como mecanismos de autodefesa contra seus predadores, como o ácido fítico e a lecitina. Do ponto de vista nutricional, tais substâncias são denominadas como anti-nutrientes, pois impedem que o organismo absorva os nutrientes contidos no grão.
O ácido fítico, ou fitato, é uma substância encontrada exclusivamente em alimentos de origem vegetal, sobretudo em grãos como a soja. Sua ingestão pode inibir a absorção de minerais como cálcio, zinco, manganês e, sobretudo, ferro, que tem sua biodisponibilidade seriamente comprometida.

4.8 Práticas culturais

É fundamental que a cultura permaneça no limpo durante todo o ciclo.
A competiçãoo entre o mato e a cultura se processa até 50 dias, dependendo do grau de infestaçãoo e do número de espécies presentes na área.
Não exige o preparo previo do solo, porem são utilizados equipamentos especiais para plantio. E feito em duas etapas distintas:
a) manejo do mato - utilizando herbicidas e manejo sobre as ervas que cobrem o terreno, para limpá-lo;
b) plantio - utilização de semeadeiras ou plantadeiras especiais e aplicação de herbicidas seletivos.
O plantio direto deve ser encarado como a última etapa no processo de preparo e conservação do solo, sendo adotado após alguns anos de preparo convencional.
Egixe como premissas básicas a correçãoo da acidez, a não existência de compactaçãoo do solo, a adoção de práticas tradicionais de conservação do solo, a diminuição da infestação de ervas daninhas e a cobertura do solo com alguma cultura de inverno.
É fundamental o conhecimento das ervas daninhas que infestam o solo e o domínio do uso de herbicidas, sem o que o plantio direto poderá ser inviabilizado.


4.9 Pragas e doenças

Pragas
Durante todo o seu ciclo a soja é atacada por várias pragas. A seguir serão descritas as principais pragas que ocorrem nesta cultura, em nossas condições.
As principais pragas são:
·         Lagarta-da-soja
·         Lagarta-mede-palmo
·         Broca-das-axilas
·         Percevejo-verde
·         Percevejo-pequeno
·         Percevejo-marrom
Doenças
·         Entomophtora sp
·         Nomurea rileyii
·         Beauveria sp
·         Baculovirus anticarsia

4.10 Colheita

A colheita constitui uma importante etapa no processo produtivo da soja, principalmente pelos riscos a que está sujeita a lavoura destinada ao consumo ou à produção de sementes. À medida que as plantas de soja se aproximam da maturação normal, as folhas tornam-se amarelas e caem, as vagens secam e as sementes perdem umidade rapidamente; assim, a operação de colheita deve ser iniciada tão logo 95% das vagens apresentem coloração marrom ou cinza. A soja, quando colhida com teor de umidade dos grãos entre 13 e 15%, tem minimizados os problemas de danos mecânicos e perdas na colheita. Sementes colhidas com teor de umidade superior a 15% estão sujeitas a maior incidência de danos mecânicos latentes (não aparentes) e, quando colhidas com teor abaixo de 13% estão suscetíveis ao dano mecânico imediato, ou seja, à quebra.

5. Girassol

5.1 Distribuição geográfica

O Girassol é de cultivo em larga escala para a produção de grãos e óleo, além de ser utilizado na ornamentação de jardins e em arranjos para decoração. O girassol tem boa adaptação ao clima e é tolerante à seca, mas precisa de irrigação. O grão pode ser utilizado para consumo animal, extração de óleo e obtenção de farinhas que servem como ingrediente para a produção de pães e outros alimentos. A plantação de girassol ainda pode servir de base para a produção de mel de abelhas. Natural da América e introduzida na Europa no século XVI, a planta é hoje cultivada nos cinco continentes e tem sua importância renovada pela crescente busca por fontes renováveis de energia. Isso porque seu óleo, além de ser saudável para a alimentação humana, com propriedades que reduzem o nível de colesterol, também é matéria-prima para a fabricação de biodiesel.

5.2 Importância sócio-económica

O girassol é a quarta oleaginosa mais consumida no mundo, depois da soja, da palma e da canola. As sementes apresentam, em média, 40% de óleo, havendo híbridos que produzem quantidades superiores a 50%. É no girassol que encontramos um dos óleos vegetais de melhor qualidade nutricional. Este óleo também vem sendo indicado para a produção de biocombustíveis – aqueles produzidos a partir de fontes renováveis de energia, como as plantas. Os biocombustíveis apresentam-se como alternativas aos chamados combustíveis fósseis, como a gasolina e o óleo diesel – derivados do petróleo, fonte esgotável de energia.

5.3 Descrição botânica

É caracterizada por possuir grandes inflorescências do tipo capítulo - com aproximadamente 30 cm de diâmetro - cujo caule pode atingir até 3 metros de altura e apresenta filotaxia do tipo oposta cruzada, notável por "olhar" para o Sol, comportamento vegetal conhecido como heliotropismo.

5.4 Exigência ecológica/clima

O girassol não é planta altamente tolerante à falta de água mas, muitas vezes, produz satisfatoriamente em locais em que outras se apresentam seriamente prejudicadas. Isto se deve ao seu sistema radicular profundo e altamente ramificado. Apesar de ser planta resistente a períodos de seca, há duas fases em que a falta de água resulta em acentuado decréscimo na produção de grãos, a saber, entre a formação da inflorescência até o início do florescimento (20 dias anteriores ao florescimento) e o período de enchimento de grãos.
Desenvolve-se bem em solos com textura variando de arenosa a argilosa, não requerendo alta fertilidade para produzir satisfatoriamente. No entanto, é necessário que o solo não apresente problemas de acidez ou compactação e seja bem drenado. O girassol é resistente à alcalinidade dos solos mas não se desenvolve bem em pH ácido (abaixo de 5,0). A determinação do pH em CaCl2 da área deve ser feita antes de se planejar o plantio de girassol para que as devidas correções possam ser providenciadas.

5.5 Preparação do terreno

 O preparo de solo deve possibilitar o aprofundamento das raízes do girassol. Pode ser utilizado o convencional composto por uma aração e duas gradagens ou aquele que for mais adequado às condições de solo do local; dá-se preferência à semeadura na palha. O plantio direto pode ser adotado desde que o solo esteja em condições para recebê-lo. 
 Como práticas mínimas a serem utilizadas para controlar a erosão, o terreno deve ser arado cortando o sentido das águas e riscado seguindo as curvas de nível.
 Entre os componentes que definem a produção de grãos por área está a população de plantas, a qual pode ser obtida variando-se o espaçamento entre linhas e/ou entre plantas. No entanto, a definição da população ótima, que no caso do girassol se situa entre 30 e 60 mil plantas/ha, depende de diversos fatores tais como: características do cultivar, condições de solo e clima, disponibilidade de irrigação, tipo da utilização da produção, etc
 A semeadura de discos perfurados, como tecnologia de baixo custo, possui limitações quanto à velocidade de deslocamento e, principalmente, quanto à adequação das dimensões dos furos em relação às sementes. 
 O estabelecimento de uma população ótima, com sementes bem distribuídas, igualmente espaçadas, cobertas com no máximo 5cm de terra e com umidade suficiente para uma germinação uniforme é essencial para o bom estabelecimento da cultura .

5.6 Época de sementeira

O plantio do girassol abrange o período de setembro a março, destacando -se duas épocas: a da primavera, a partir de meados de setembro, e a de verão, com início em fins de dezembro. A época mais favorável para o plantio situa-se entre fins de dezembro e meados de fevereiro.
O espaçamento de plantio de girassol pode variar de 60 a 90 cm entre linhas e de 30 a 40 cm entre as sementes na linha. Para materiais de porte médio, o espaçamento de 70 cm entre linhas apresenta bons resultados. O espaçamento de 80 cm.tem sido empregado para a mecanização da colheita com colhedeiras de milho adaptadas.

5.7 vantagens e desvantagens

Vantagens
·         Possui efeito alelopático sobre várias plantas daninhas;
·         Amplia as possibilidades de participação em esquemas de sucessão, consorciação e rotação de culturas;
·         Apresenta bom rendimento econômico em termos de investimento/retorno;
·         É de fácil manejo e baixo investimento;
·         Produz óleo comestível de excelente qualidade e propriedades medicinais, com mercado garantido nas classes mais privilegiadas;
·         Possibilita o aproveitamento da capacidade ociosa da indústria de extração;
·         Permite o uso da terra em épocas diferentes da tradicional.
Desvantagens
·         Falta de tradição do agricultor com a cultura.
·         Pequena amplitude do zoneamento
·         Agroclimático para o girassol

5.8 Práticas culturais

1- Escolha das sementes: Não Estriadas (oléicas para produção de biodiesel) e estriadas  (não oléicas para alimentação de pássaros).
2- Escolha da área para o plantio: Topografia plana, ausência de AL trocável, PH em torno de 5.5, altas fertilidades, solos estruturados sem camadas compactadas, e com boa drenagem.
3- Épocas de plantio: cultura de safrinha ou de rotação, no Brasil central janeiro, fevereiro, março e na região sul do país plantar antes da cultura principal.
4- Dessecação da área: glifosato na dosagem variando de acordo com os estágios das ervas presentes.
5- Adubação Macronutrientes de Base: 15kg N : 40-80Kg P2O5: 40-80Kg K2O
(doses kg/ha) e Adubação de cobertura: 45Kg de N até 30 dias pós
plantio (doses Kg/ha).
6- Aplicação de Boro: 2Kg/ha do elemento
via solo e não foliar, devido a sua baixa mobilidade via floema
(absorção foliar) e alta mobilidade via xilema (absorção radicular). É
indicado aplicar ácido bórico junto com o glifosato na dessecação.

5.9 Pragas e doenças

Dentre as pragas que atacam a cultura do girassol, duas se destacam: a lagarta preta e a lagarta “mede palmo”. Ambas atacam as folhas do girassol, o que causa grandes danos à produção. A presença de borboletas pretas com desenhos alaranjados no interior das asas é um forte indício de que há lagartas pretas nas plantas. Já as lagartas “mede palmo” são verdes, com listras longitudinais claras e escuras.
Quanto às doenças, a ferrugem já causou uma imensa perda na produção de girassol nos anos 1960. Ocorre quando a temperatura está muito alta e há muita umidade. O ataque começa pelo baixeiro e depois se expande para as folhas.
Ao contrário da ferrugem, o míldio ocorre em temperaturas baixas, mas também com muita umidade. Alguns de seus sintomas são: flores estéreis, hastes quebradiças e muito grossas e manchas em folhas novas.

5.10 Colheita

Em geral, um complexo de obras para a produção de sementes de girassol de limpeza girassol - o processo mais complexo e demorado. O principal requisito para a limpeza - garantindo a coleta de sementes, sem perda a um custo mínimo de trabalho e de recursos, e criar condições favoráveis ​​para o cultivo da próxima safra.
Prevenção de perdas durante a colheita de girassol - uma importante reserva para aumentar a colheita bruta de sementes. A perda de seus só combina em um ambiente de produção, por vezes, chegar a 2-3 t / ha. Eles são convencionalmente divididos em diretos e indiretos. As perdas diretas são todas quantitativas e indiretos - as perdas causadas pela deterioração da qualidade das sementes.

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